Carregando...

ESG como diretriz de reestruturação empresarial.

  10/08/2021

Compartilhe:              


Antônio Amabile e Sérgio Ávila.

 

A reestruturação empresarial envolve a adoção de novas políticas, práticas e processos com vistas a buscar a otimização da performance do negócio. Normalmente, parte-se de uma análise situacional para a formulação e implementação de um plano subdividido em pelo menos três perspectivas: estratégica, operacional e financeira.   

Tanto a análise situacional quanto a formulação do plano de reestruturação acabam influenciados por aspectos que ultrapassam os fundamentos tradicionais econômico-financeiros e mercadológicos sendo que um dos mais recentes e importantes é o ESG.

ESG é um acrônimo ânglico para Environmental, Social e Corporate Governance que compreende um conjunto de práticas ambientais, sociais e organizacionais que norteiam as organizações rumo à adoção de boas práticas voltadas à proteção dos recursos naturais, redução da desigualdade na sociedade e lisura nos processos corporativos.

O ESG surgiu oficialmente em documento encomendado pela ONU em 2004 denominado “Who Cares Wins” que apontava que instituições financeiras estavam incorporando em suas análises de investimento princípios ambientais, sociais e de governança e, desde então, tem provocado uma mudança drástica nos padrões de gestão corporativa não apenas de instituições financeiras, mas também das empresas tomadoras. Trata-se de uma redefinição daquilo que se espera dos investimentos que têm as empresas como alvo e seus reflexos no meio ambiente e na sociedade como medidas valiosas de avaliação e impacto.

O ESG não é movimento isolado, mas registra o amadurecimento de uma dinâmica intensificada durante a década de 1950 quando já se discutia a responsabilidade social corporativa. A grande guinada promovida pelo ESG decorre do fato de que a análise de impacto deixou de ser uma encomenda exógena apresentada pela sociedade civil ou por regulamentação pública, passando a compor a agenda de investidores e empresas como meio de diferenciação competitiva, fazendo com que o próprio setor privado percebesse valor na incorporação de padrões mais rígidos ambientais, sociais e de governança.

As iniciativas voluntárias baseadas nos princípios do ESG são consistentes com os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS). Isso significa que a iniciativa privada registra esta mudança em um contexto marcado pelo direcionamento marcante promovido pela Assembleia Geral das Nações Unidas sobre os estados membros desde os anos 2000 quando foram apresentados e adotados no bojo da Declaração do Milênio das Nações Unidas os Objetivos de Desenvolvimento do Milênio (ODM), objetivos que foram atualizados em 2015 por meio de resolução internacional aprovada pela Assembleia Geral das Organizações das Nações Unidas (ONU) e que agora se apresentam como ODS.

Enfim, há uma convergência de debates rumo ao escrutínio de agentes de mercado segundo critérios baseados em sustentabilidade ambiental, redução das desigualdades sociais e aprimoramento da governança e, por isso, as empresas em reestruturação precisam estar atentas à incorporação de elementos, diretrizes e políticas que estejam finamente alinhadas ao ESG na revisão de sua estratégia, operação e gestão financeira.  

 

Maiores detalhes em https://www.unglobalcompact.org/ ou https://odsbrasil.gov.br/.